James Harrison, o australiano conhecido como o “Homem do Braço de Ouro”, faleceu aos 88 anos em um asilo na costa central de Nova Gales do Sul. Sua morte foi confirmada pela família.
Harrison ganhou reconhecimento mundial por suas doações de plasma, que ajudaram a salvar a vida de 2,4 milhões de bebês ao longo de seis décadas. Desde 1954, quando completou 18 anos, até 2018, quando foi obrigado a se aposentar das doações aos 81 anos, ele fez um total de 1.173 doações, apesar de ter aversão a agulhas.
Seu plasma continha um anticorpo raro conhecido como anti-D, essencial para a produção de injeções que protegem bebês da doença hemolítica do recém-nascido, uma condição potencialmente fatal que ocorre quando o sistema imunológico da mãe ataca os glóbulos vermelhos do feto.
A contribuição de Harrison foi tão impactante que, em 2005, ele entrou para o Guinness World Records como o maior doador de plasma do mundo – título superado apenas em 2022 pelo americano Brett Cooper.
O serviço de doação de sangue da Cruz Vermelha Australiana, conhecido como Lifeblood, lamentou a morte de Harrison e destacou sua dedicação, chamando de “um homem extraordinário e generoso”. Atualmente, a Austrália conta com apenas 200 doadores de anti-D, que auxiliam cerca de 45 mil mães e bebês por ano.
A origem do raro anticorpo no sangue de Harrison é atribuída a uma transfusão que ele recebeu aos 14 anos, após uma cirurgia pulmonar.
A experiência motivou o australiano a se tornar doador assim que atingiu a idade permitida. “Após a cirurgia, o pai dele disse: ‘Você só está vivo porque pessoas doaram sangue’. No dia em que completou 18 anos, ele começou a doar”, contou seu neto, Jarrod Mellowship.
Harrison deixa sua filha, dois netos, quatro bisnetos e sua irmã, Margaret Thrift.
Por Alexandre Borges
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