Após ter sido acusado de violência doméstica pela antiga companheira, a médica Natália Schincariol, Luis Claudio Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na sexta-feira nunca tê-la agredido. A declaração foi dada numa entrevista ao UOL.
Natália registrou um boletim de ocorrência contra Luis Claudio em que afirma que o presidente da República "tem nada a ver" com as acusações contra o filho dele. A médica diz ter sido vítima de violência "verbal, psicológica e moral" por parte do ex-companheiro, que nega as afirmações.
— Jamais agrediria ela. Desde o término do relacionamento, em janeiro deste ano, sempre fui muito atencioso com ela. Nunca chamei ela destes nomes todos que ela diz. Vou provar minha inocência — declarou Luis Claudio ao UOL.
Diretor de futebol e empresário, o filho do presidente diz que, se tivesse agredido Natália, ela não teria lhe enviado uma cesta de café de manhã em seu aniversário em janeiro deste ano. O presente, no entanto, teria vindo com um bilhete em tom irônico: "Sossega seu c*, homem infernal. Nesse aniversário espero que você amadureça e se torne uma pessoa melhor. Quero que você se foda. Feliz aniversário. Deus abençoe. Ass: Natália".
Ele também rebateu a determinação da Justiça para que ele deixasse o apartamento em que vivia com Natália e não se aproximasse dela. A ordem foi expedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo após o registro do boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, na última terça-feira.
— Ela não é minha ex-mulher, é minha ex-namorada. Ela que quer vender essa narrativa, mas nunca foi minha mulher. Assinamos um termo (provando) não ter união estável na compra do imóvel. Ela mora em Araras, ela não mora nesse nosso apartamento em São Paulo. Vou brigar na justiça para ter o direito de morar lá, porque ela nem usa. Aos finais de semana ela está em família em Sorocaba — afirmou ele.
Luis Claudio disse que, enquanto a Justiça decide, ele vai alugar outro apartamento para ficar enquanto estiver em São Paulo. Ele também nega as acusações de traição feitas pela ex-companheira e que não mantinham mais um relacionamento quando se envolveu com outra pessoa.
— Eu nego, não saí com ninguém. Eu conversei com algumas meninas, ela pegou as conversas no aplicativo do Facebook e ela criou esse número de mais de 30 mulheres da cabeça dela. Eu apaguei e deletei tudo na frente dela. Já as conversas no celular foram só umas 5 ou 6 meninas — disse.
Luis Claudio também afirma na entrevista que o presidente Lula está "chateado" com a situação:
— Meu pai conhece minha índole, conhece o meu jeito de ser, sabe que jamais eu faria tal coisa. Ele conheceu o meu relacionamento com a Natália, ele sabe o quanto respeitoso e carinhoso eu era com ela. Infelizmente ela inventou essas coisas e ela terá que provar na justiça. Meu pai está chateado por ela ter tomado esta decisão. Ninguém esperava que ela fosse jogar tão baixo — declarou o empresário.
Ao GLOBO, na terça-feira, Natália diz que Luis Claudio "tentou usar o pai para me silenciar e agora tenta usar o pai para ser protegido, pedindo ajuda dos petistas para acobertar o que ele fez".
— Eu não namorei o Lula. Eu namorei ele (Luís Cláudio). O Lula não me fez nada de ruim. Não adianta querer usar o pai para limpar a barra dele. Ninguém apoia violência psicológica e moral: nem direita nem esquerda. Acho que seria mais nobre ele só pedir desculpas e parar — disse Natália.
Nas redes sociais, a médica havia publicado na segunda-feira, dia em que registrou o boletim de ocorrência contra Luís Cláudio, uma mensagem pedindo que as pessoas deixem Lula e sua família “em paz”. “Parem de responsabilizar os familiares por maldades de um homem adulto de 40 anos. São pessoas totalmente diferentes”, escreveu.
Em outra publicação, Natália compartilhou um post que criticava o chamado “esquerdomacho”, definido como “um homem de ideais progressistas, com inclinações políticas de esquerda e que se diz defensor dos direitos das mulheres, mas que se contradiz em sua atitudes em relação às mulheres com quem convive”.
A defesa de Luis Claudio diz que tomou conhecimento das "fantasiosas declarações que teriam sido proferidas pela médica, atribuindo ao nosso cliente inverídicas e fantasiosas agressões, cujas mentiras são enquadráveis nos tipos de delito de calúnia, injúria e difamação, além de responder por reparação por danos morais, motivos pelos quais serão tomadas as medidas legais pertinentes".
Já os advogados de Natália afirmam que "as medidas protetivas foram deferidas em favor de Natália, visando assegurar sua integridade e segurança física e psicológica. Confiamos plenamente nas instituições responsáveis pela condução desse processo e colaboraremos integralmente para garantir que a verdade prevaleça e que a justiça seja feita, inclusive com o cumprimento das medidas judicialmente impostas".
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