"Vivemos o nosso pior pesadelo. Estamos mortos, mas nos mantemos de pé. Todos os dias morremos um milhão de vezes. Não existe vida. Tudo aqui está acabado." O desabafo de Hazem Abu Moloh, 51 anos, médico e morador do campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, foi feito horas depois de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar, pela primeira vez, uma resolução que exige cessar-fogo imediato no enclave palestino. A medida teria validade durante o ramadã (mês sagrado para o islã). O grupo extremista Hamas se comprometeria com a "libertação imediata e incondicional de todos os reféns". Israel não tardou em criticar o texto e, como retaliação, cancelou uma visita de uma delegação israelense a Washington. "O Estado de Israel não cessará fogo. Destruiremos o Hamas e continuaremos a lutar até que o último dos raptados regresse", escreveu o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.
Denilde Oliveira Holzhacker, professora de relações internacionais da ESPM-SP
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