“Vossa Excelência que está dizendo isso. Muito embora eu queria e o Brasil quer ver esses vídeos do Ministério da Justiça”, comentou Mendonça, fazendo referência às gravações do sistema de segurança do ministério comandando por Flávio Dino no dia 8 de janeiro, que foram apagadas. A menção enervou ainda mais Moraes.
“O ex-ministro da Justiça que sucedeu Vossa Excelência fugiu para
os Estados Unidos e jogou o celular dele no lixo e foi preso, e agora Vossa
Excelência vem no plenário do Supremo Tribunal Federal, que foi destruído, para
dizer que houve uma conspiração do governo contra o próprio governo, tenha dó”,
retrucou Moraes, que votou por pena de 17 anos de prisão para Aécio Lúcio Costa
Pereira.
“Não coloque palavras na minha boca”, repetiu Mendonça por três vezes, completando: “Tenha dó, Vossa Excelência”. Apesar do entrevero, pelo qual Moraes acabou pedindo desculpas, Mendonça votou concordando parcialmente com o relator, pela condenação do réu por quatro dos cinco crimes denunciados pelo Ministério Público — poupou o réu apenas da acusação de golpe de Estado.
Antes de Mendonça, Cristiano Zanin tinha votado por uma condenação a 15 anos de prisão. Após Mendonça, Edson Fachin acompanhou integralmente o voto de Moraes e Luís Roberto Barroso votou por condenar Aécio Lúcio por todos os crimes denunciados, menos o de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que considerou redundante com o de crime de golpe de Estado.
Assim, seis ministros referendaram a condenação de Aécio Lúcio,
preso dentro do plenário do Senado Federal durante os ataques às sedes dos Três
Poderes, em Brasília, mas com penas diferentes. O Antagonista
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