Por Nathália Monte - A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), negou hoje que tenha defendido o fim da Justiça Eleitoral e ressaltou que sua crítica foi ao corpo técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração foi dada durante passagem da parlamentar pelo Recife e aconteceu um dia após a repercussão negativa da sua fala durante uma reunião da comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição 9/2023 que exclui punições a partidos políticos por irregularidades nas eleições, também conhecida como PEC da Anistia.
“Eu fiz uma crítica muito dura sim à Justiça Eleitoral, especificamente ao corpo técnico que, reiteradamente, não se atém aos aspectos técnicos da prestação de contas”, disse. Ao se posicionar na Comissão, Gleisi afirmou que queria falar sobre as multas aplicadas pelo TSE aos partidos. Ela avaliou que são “inexequíveis” os valores citados, que as multas da Corte incluem taxas e juros, e que “trazem a visão subjetiva da equipe técnica do Tribunal” e “inviabilizam os partidos”. “Não pode ter uma Justiça Eleitoral que, aliás, é uma das únicas do mundo, o que já é um absurdo, e custa três vezes o que custa o financiamento de campanha pra disputa eleitoral”, asseverou.
Já o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, rebateu dizendo que as críticas da petista tiveram o “intuito de tentar impedir ou diminuir o necessário controle dos gastos de recursos públicos realizados pelos partidos políticos”, e que são “fruto do total desconhecimento” de como a Corte funciona. Na entrevista coletiva que concedeu na manhã desta sexta-feira (22), no Hotel Jangadeiro, localizado na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, quando questionada sobre como enxerga a nota emitida pelo ministro a respeito do assunto, Gleisi disse que respeita Moraes e seu posicionamento e que não sabe se ele ouviu a sua declaração, que durou 15 minutos. Para a parlamentar, o jurista foi “impelido” a defender a Corte, e ela não abriu mão das críticas que fez ao Tribunal.
“Quero ver se tenho a oportunidade de conversar com ele pra esclarecer isso e pra ele se inteirar do que eu falei. E também eu poder reiterar as críticas que fiz à Justiça Eleitoral, que não é a primeira vez”, frisou.
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