Sabe quando André Mendonça, o ministro “terrivelmente evangélico” nomeado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal, honrará, se quiser, a toga que veste? Quando Bolsonaro for embora.
Antes disso, não. Até lá, prefere desconhecer
o que manda a Constituição e se comportar como um reles seguidor daquele a quem
deve o cargo. Como o fez quando era ministro da Justiça.
A Constituição diz que o Brasil é um Estado
de Direito Democrático. Uma pessoa, um voto. E a soberania popular se manifesta
por meio de eleições periódicas.
É por isso que atos promovidos por quem pede
uma intervenção militar que anule os resultados das eleições do último domingo
dia 30 são antidemocráticos e ferem a Constituição. Ponto final.
O Tribunal Superior Eleitoral declarou Lula
eleito presidente com 50,9% de votos, contra 49,1% de Bolsonaro. Na ocasião, o
ministro Alexandre de Moraes, com o respaldo unânime do tribunal, disse:
“Os eleitores, em maioria massacrante, são
democratas. Aceitaram o resultado das eleições. Aqueles que criminosamente não
aceitam serão tratados como criminosos”.
Mendonça comentou, ontem, que as
manifestações antidemocráticas devem ser respeitadas desde que pacíficas e sem
que firam direitos fundamentais de outras pessoas:
“O papel de todos nós é de serenidade, de
respeitar, de um lado, as manifestações pacíficas, e ao mesmo tempo buscar
gerar uma pacificação no ambiente nacional”.
Então, lhe perguntaram se considerava as
manifestações antidemocráticas legítimas, desde que pacíficas. E ele respondeu:
“Desde que pacíficas e que respeitem os direitos fundamentais das outras pessoas, sim.” Mendonça não está apenas na contramão dos seus colegas de tribunal, mas na contramão da Constituição que jurou respeitar. É um digno representante do bolsonarismo mais desvairado.
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