Pela primeira vez desde que assumiu o
cargo de presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) passa duas semanas
seguidas sem fazer a tradicional live semanal, que ocorria às 19h de todas as
quintas-feiras. Com isso, o mandatário dá indícios de que pode deixar de
realizar as transmissões ao vivo, que eram realizadas mesmo quando ele estava
em viagens internacionais.
Na quinta-feira passada (3/11), quatro
dias após o resultado das eleições presidenciais, e depois de ter comentado o
resultado, ele não justificou por que não havia feito a transmissão. Nesta
quinta-feira (10/11), até as 19h15, novamente Bolsonaro não abriu nenhuma
transmissão em suas redes sociais e manteve o silêncio.
As lives tinham o intuito de manter um
canal de comunicação direto do presidente com o eleitorado, quando ele
apresentava as ações do governo federal e tecia comentários sobre os mais
diversos assuntos e anúncios de novas medidas. O espaço também servia para o
mandatário fazer críticas abertas à imprensa.
Na maioria das transmissões, o presidente
convidava alguma autoridade do governo para falar ao seu lado.
Reclusão no Palácio da Alvorada
Bolsonaro segue recluso no Palácio da
Alvorada desde que foi anunciada sua derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da
Silva. Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, Bolsonaro está com um
ferimento na perna que estaria dificultando até mesmo ele vestir calças
compridas, o que justifica seu isolamento na residência oficial.
Aliados dizem que Bolsonaro teria ferido a
perna durante a campanha, mas não cuidou direito à época. O ferimento, então,
teria infeccionado, o que fez com que ele tivesse de tomar antibióticos.
A última vez que se tem notícias de saída
do presidente do Alvorada foi na quinta-feira (3/11), quando ele foi ao Palácio
do Planalto encontrar o vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin
(PSB).
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem
recebido aliados na residência oficial, entre eles o presidente do PL, Valdemar
Costa Neto, ministros de Estado, parlamentares da base e familiares. O fluxo de
apoiadores no Alvorada, que costumava ser grande e diário, reduziu bastante. Em
nenhum dia desde que perdeu a eleição ele saiu para cumprimentar seus
eleitores.
Assíduo nas redes sociais, Bolsonaro
reduziu o ritmo de postagens. O último vídeo que publicou foi na quarta-feira
da semana passada (2/11), no qual pedia aos manifestantes que o apoiam que
desobstruíssem as rodovias federais.
Desde o dia 30, bolsonaristas tentaram impedir o tráfego em diversas rodovias pelo Brasil em protesto contra o resultado das eleições.
Metrópoles
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