Só a 15 dias do final do segundo turno, a presidente Dilma
Rousseff (PT), candidata à reeleição em 2014, ultrapassou Aécio Neves (PSDB)
nas pesquisas de intenção de voto. Um sufoco!
Foi a eleição mais apertada da história do Brasil desde 1989. Na
de 1994, quando ainda não havia reeleição, Lula tinha 30% em fevereiro, contra
7% de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em julho, Lula, que havia subido para 41%, caiu para 38%, e
Fernando Henrique foi para 21%. Em outubro, Fernando Henrique se elegeu com o
dobro dos votos de Lula – 54,24% a 27,07%.
O que aconteceu? Simples: o Plano Real, que derrubou a inflação e
que quatro anos depois reelegeu Fernando Henrique. Lula não acreditou que o
Real daria certo, e se opôs ao plano.
Era a segunda eleição presidencial a que Lula concorria. Na
primeira, em 1989, ele enfrentou Fernando Collor e perdeu por 53,03% a 46,97%.
Dilma venceu Aécio por 51%,64% a 48,36%.
O PSDB e Aécio estavam tão certos da vitória que prepararam uma
festa em Belo Horizonte. Fernando Henrique confirmou a presença. Havia em
Congonhas um jatinho para levá-lo.
A festa foi suspensa tão logo se soube que Aécio, vitorioso em São
Paulo, seria derrotado em Minas Gerais, seu estado, que governou duas vezes.
Foi Minas que garantiu a eleição de Dilma.
Desde o fim da ditadura de 64, o candidato a presidente que ganhou
em Minas se elegeu. A escrita vai se repetir. Por enquanto, Lula lidera as
pesquisas em Minas, mas a vantagem já foi maior.
Minas, que elegeu Dilma em 2010 e em 2014, derrotou-a em 2018
quando ela tentou se eleger senadora. Havia duas vagas em disputa. Dilma ficou
em quarto lugar com 15, 35% dos votos.
Mineiro não pergunta ao outro se ele está bem ou com problemas de
saúde, simplesmente descobre oferecendo-lhe torresmo. Se o outro recusar é
porque a saúde inspira cuidados.
É por essas e outras que não me arrisco a escrever sobre Minas,
mas sou fascinado por sua gente, cultura, culinária e história.
0 Comentários